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O clima mudou, é a hora de mudarmos também

Nossas decisões diárias refletem no futuro da sociedade em que vivemos

Por André Ferretti*

Eventos climáticos extremos, como secas e chuvas fortes, têm se tornado cada dia mais presentes na vida dos brasileiros. Junto a eles, cada vez mais danos. Prejuízos diretos a diversos segmentos sociais e econômicos, dos quais dependem os mais de 200 milhões de brasileiros como a pesca, por exemplo, impactada a cada ressaca (cada vez mais agressiva), que impede o trabalho naquele dia. Ou a agropecuária, que tem relação óbvia com o clima, pois depende de fenômenos climáticos em certa intensidade e em determinados períodos para garantir sua produtividade.

Há poucos dias, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, reconheceu, em notícia publicada no site do próprio Ministério, a situação de emergência em 21 municípios dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 2016 já são 1.359 municípios brasileiros reconhecidos em 1.760 situações de emergência.

Segundo o novo relatório do Banco Mundial “Unbreakable: Building the Resilience of the Poor in the Face of Natural Disasters” (Persistência: construindo a resiliência dos mais pobres frente a desastres naturais - em tradução livre), que traz dados sobre a perspectiva socioeconômica dos desastres naturais, intervenções para tornar as sociedades mais resilientes a eventos climáticos trariam a países e comunidades uma economia de 100 bilhões de dólares por ano. O relatório foi lançado há poucos dias, oportunamente, durante a Vigésima Segunda Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP22, no Marrocos.

Já o estudo “Valorando tempestades”, realizado pelo Grupo de Economia do Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Janeiro, aponta que entre 2002 e 2012 a perda do Brasil só com desastres climáticos extremos relacionados a chuvas foi, em média, R$ 278 bilhões.

É evidente a relação entre o aumento da intensidade e periodicidade desses eventos extremos e o aumento da temperatura média do nosso planeta. Ano passado foi o mais quente desde que começaram os registros de temperatura, no fim do século 19, e este ano caminha para superar esta marca. O desequilíbrio do clima já é uma realidade e engana-se quem acredita que os impactados serão apenas ursos polares ilhados em blocos de gelo, como vemos inúmeras vezes em publicações diversas. O impacto será e já está sendo (como podemos ver nos números apresentados nos parágrafos anteriores) em nossas sociedades e comunidades, ou seja, em nós mesmos.

Mais do que necessário para garantir a resiliência da humanidade aos impactos da mudança climática, o investimento em estratégias de adaptação, em tecnologia e meios de produção renováveis e de baixo carbono é inteligente, pois economiza valores enormes em perdas e prejuízos causados pelo clima, que se somam aos gastos para reparar esses danos. Investir em adaptação é uma estratégia de prevenção ao risco e ignorar esse fato é ficar fadado a “tirar água com uma caneca de um barco furado”.

As próximas duas décadas serão decisivas para o futuro climático do planeta, exigindo de nossa sociedade grandes transformações. Sairemos de uma sociedade alicerçada na energia fóssil e nos motores a combustão para algo muito diferente e que mudará o nosso modo de vida e das futuras gerações. Deixar de utilizar materiais fósseis significa o desaparecimento de produtos derivados de petróleo e seus subprodutos como: parafina, vaselina, asfalto, querosene, gasolina, diesel, óleos lubrificantes, plástico, isopor e muitos outros.

Como suas opções de consumo hoje estão contribuindo para criar uma sociedade de baixo carbono, que polua menos e emita menos gases causadores da mudança climática? Quais oportunidades de novos negócios surgirão a partir dessas mudanças na forma em que consumimos? Novas ideias que caminhem nessa direção serão líderes de mercado em um futuro muito próximo.

E você, como vai participar disso? É hora de sair na frente e mudar para melhor.

*André Ferretti é gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, coordenador geral do Observatório do Clima (OC) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

Publicado originalmente no site da Fundação Grupo Boticário http://www.fundacaogrupoboticario.org.br/pt/noticias/pages/o-clima-mudou-e-a-hora-de-mudarmos-tambem.aspx

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Mudanças climáticas

Abertura das Olimpíadas 2016 alerta sobre a emissão de gases poluentes no mundo

Dados sobre a emissão de gases de efeito estufa, a elevação do nível do mar e outras consequências das mudanças climáticas marcaram a abertura das Olimpíadas 2016. A mensagem de sustentabilidade e conservação da natureza permeou toda a cerimônia para chamar a atenção sobre a mudança de hábitos que deve ser realizada o quanto antes. A Ecoteca Digital possui um grande acervo sobre conservação da biodiversidade, mudanças climáticas e assuntos correlatos.

Navegue pelo acervo da Ecoteca e confira!

 

Crédito foto: Site oficial Rio 2016

Terra

Dia da Sobrecarga da Terra

Práticas humanas contribuem para o rápido esgotamento de recursos naturais

No dia 8 de agosto de 2016, chegamos ao ‘Dia da Sobrecarga da Terra’, esgotando todos os recursos que a Terra é capaz de oferecer de forma sustentável no período de um ano. Nossos hábitos de consumo contribuem para o rápido esgotamento de recursos naturais e a emissão de carbono é o principal problema, ela é responsável por cerca de 60% da pegada ecológica global. Hoje, precisaríamos de 1,6 Terra para viver um ano sem dívidas e se continuarmos nesse ritmo, nossa “dívida ecológica” vai piorar.

Calcule a sua pegada ecológica, descubra o seu impacto sobre o planeta e veja como você pode contribuir para o combate às mudanças no clima. Acesse.

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21ª Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP 21

A partir desta segunda feira, 30 de novembro até o dia 12 de dezembro ocorre em Paris a COP 21 da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, cercada de grandes expectativas em relação à possibilidade de se obter um novo acordo sobre o aquecimento global e as mudanças do clima, em substituição ao Protocolo de Kyoto, a partir de 2020. Mais de 120 chefes de Estado e de Governo confirmaram presença ao evento. Para esta COP cada País apresentou previamente ao Secretariado da Convenção sua INDC (INTENDED NACIONALLY DETERMENED CONTRIBUTIONS), o que equivale as metas de redução das emissões dos gases de efeito estufa, numa tentativa de não permitir que a temperatura média do planeta ultrapasse os 2°C até o fim deste século, embora os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) da ONU consideram que esta meta seja irreversível, diante do atual nível de emissões, que já ultrapassou 400 ppm (parte por milhão).

A INDC brasileira tem sido considerada satisfatória, por apresentar números absolutos, prevendo a redução das emissões dos GEE em 43% até 2030, com uma meta intermediária de 37% em 2024, o que significa reduzir as emissões brasileiras de 2,1 GtCO2, em 2005, quando atingiu o seu pico, para 1,2 GtCO2 em 2030. As principais dúvidas que pairam sobre as intenções do Brasil é se o País irá cumprir efetivamente os seus compromissos, considerando que ainda hoje metas estabelecidas na Política Nacional de Mudanças do Clima, em 2009, não foram cumpridas e, em alguns casos, ignoradas.

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Instituto Terra Brasilis inicia estudos para a conservação do Faveiro de Wilson (Dimorphandra wilsonii) com apoio do Fundo Mohamed Bin Zayed para Conservação de Espécies

O Instituto Terra Brasilis foi selecionado pelo ‘Fundo Mohamed bin Zayed para Conservação de Espécies’, sediado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (http://www.speciesconservation.org/), para receber um apoio financeiro para o estudo sobre a população remanescente do faveiro-de-wilson (Dimorphandra wilsonii), uma árvore endêmica da região central de Minas Gerais, considerada criticamente em perigo de extinção.

Este projeto aprovado tem como objetivo a obtenção de informações detalhadas sobre a condição atual da população remanescente, de forma a subsidiar os esforços de conservação e monitoramento do faveiro-de-wilson, estando integrado aos esforços da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte – FZB-BH para salvar essa espécie da extinção, e faz parte do conjunto de ações prioritárias estabelecidas no Plano de Ação Nacional do faveiro-de-wilson (clique aqui para ter acesso ao livro na Ecoteca Digital).

O trabalho será desenvolvido em parceria com a Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte – FZB-BH, com o Centro Nacional de Conservação da Flora – CNCFlora / Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ e a Associação Amigos da Serra do Elefante – AASE, baseada em Mateus Leme, MG.

O faveiro-de-wilson é uma árvore belíssima, que chega a passar dos 17 m de altura. Endêmica de Minas Gerais e associada a áreas originalmente cobertas pelo Cerrado e pela Floresta Estacional Semidecidual, a ocorrência da espécie está atualmente restrita a pouco mais de 270 km2 da região central do estado – incluindo partes da Região Metropolitana de Belo Horizonte - num polígono delimitado pelos municípios de Paraopeba (norte), Juatuba (sul), Lagoa Santa (leste) e Nova Serrana (oeste). Nessa área, sob forte impacto da expansão urbana, da pecuária e das queimadas, restam pouco mais de 300 indivíduos do faveiro-de-wilson, juntando-se jovens e adultos - nenhum deles ocorre em unidades de conservação de proteção integral.

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Instituto Terra Brasilis apresentou a sua Ecoteca Digital durante o VIII CBUC, em Curitiba

O Instituto Terra Brasilis participou do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (VIII CBUC) e da V Mostra de Conservação da Natureza, da Fundação O Boticário, realizado em Curitiba (PR), de 21 a 25 de setembro de 2015.

Na V Mostra, instalou um estande da Ecoteca Digital, sua biblioteca virtual dedicada a temas ambientais. Uma oportunidade importante para apresentar para as pessoas que participaram do VIII CBUC, principalmente as que trabalham com temas ligados às unidades de conservação, a Ecoteca Digital como uma ferramenta de grande valia no desenvolvimento de seus trabalhos.

Durante todo o evento, cerca 500 pessoas visitaram o estande, sendo muitas delas, após conhecer a Ecoteca Digital, para disponibilizar gratuitamente suas obras para publicação. Segundo Sonia Carlos, coordenadora da Ecoteca Digital, “isso reforça a importância desta ferramenta como um instrumento de divulgação do acervo acadêmico que vem sendo gerado ao longo dos tempos, bem como da possibilidade de consulta, em um único espaço virtual, sem burocracia e gratuitamente, a temas diversos afetos às unidades de conservação”.

Sobre o VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, a presidente do Instituto Terra Brasilis, Sônia Rigueira, ressalta que o evento contou com interessantes discussões nos seminários e reuniões paralelas, com destaque para o seminário sobre proteção de terras privadas e o evento sobre mosaicos de unidades de conservação. “Infelizmente, duas importantes moções – a do reconhecimento e fortalecimento dos Mosaicos de Áreas Protegidas como instrumento de gestão integrada e participativa e a que pleiteava a criação do Parque Nacional de Alcatrazes - foram consideradas impertinentes pela Comissão de Moções do evento. Acredito que perdemos uma grande oportunidade”, comenta.

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Nova descoberta

Região da Serra da Canastra abriga mais uma espécie ameaçada

Biólogos do Instituto Terra Brasilis confirmam a existência, na região da Serra da Canastra, de uma população de mais uma espécie criticamente ameaçada de extinção: a borboleta Parides burchellanus. Entre maio e outubro de 2013 a equipe percorreu cerca de 106 km de drenagens nas bacias dos rios Araguari e São Francisco em busca da espécie e, como resultado, obteve 42 registros da borboleta. De acordo com o biólogo Lúcio Bedê, coordenador de projetos do Instituto Terra Brasilis, o resultado merece comemoração, pois esta é provavelmente a maior população conhecida da espécie.

A Parides burchellanus é uma espécie de borboleta endêmica do cerrado, listada como criticamente ameaçada de extinção. Há anos a espécie tem sido buscada por pesquisadores, sem sucesso, em várias áreas de seu registro histórico, de onde parece ter desaparecido. Até recentemente, eram conhecidas apenas duas populações remanescentes - uma em Brumadinho, MG, perto de Belo Horizonte, e outra na região do Distrito Federal e entorno, distantes cerca de 640 km uma da outra.

Em outubro de 2012, a espécie foi detectada na região do Parque Nacional da Serra da Canastra, a partir de uma foto tirada por um visitante (Ricardo A.G. da Costa), em área próxima à Cachoeira Casca D'anta - ponto turístico muito popular na região. Esse registro foi o que motivou a equipe do Terra Brasilis a empreender um amplo esforço de busca pela espécie na região.

Assim como ocorre com outras tantas espécies ameaçadas, a P. burchellanus é uma especialista: depende de matas ciliares que sombreiam os córregos e rios do cerrado e, ao que tudo indica, na fase larval se alimenta de uma única espécie de planta, a trepadeira Aristolochia chamissonis. Essa trepadeira, uma das espécies popularmente conhecida como 'papo de peru', cresce em taludes bem conservados ao longo dos cursos d'água na região do cerrado. Ambas espécies sofrem com a degradação das margens dos rios e córregos e, emblematicamente, apontam para a necessidade de proteção e a restauração de matas ciliares - algo também essencial para a conservação dos recursos hídricos.

Recentemente, o resultado deste trabalho foi publicado em forma de artigo na revista Check List: Journal of Species Lists and Distribution. Além da equipe do Terra Brasilis, participaram do artigo pesquisadores que trabalharam com a espécie e disponibilizaram dados sobre sua ocorrência em outros locais.

Foto: Ricardo A.G. da Costa

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Serra de São José

A primeira e única reserva para libélulas no Brasil tem sua lista de espécies publicada

Acaba de ser publicado o trabalho liderado pelo biólogo Lúcio Bedê, Coordenador de Projetos do Instituto Terra Brasilis, realizado em parceria com o Professor Angelo Machado, da UFMG, e os biólogos Werner Piper e Marcos de Souza sobre a lista de espécies de libélulas da Serra de São José, MG.

O trabalho, publicado na Revista especializada Notulae odonatologicae, traz os resultados de levantamentos da fauna de libélulas feito por esses profissionais na região, que abrange partes dos municípios de Tiradentes, São João Del Rei, Santa Cruz de Minas, Coronel Xavier Chaves e Prados.

Foi a partir dos resultados de um levantamento da fauna de libélulas, feito por esses profissionais na Serra de São José e entorno – municípios de Tiradentes, São João Del Rei, Santa Cruz de Minas, Coronel Xavier Chaves e Prados – que o Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG) decidiu criar na região, em 2004, o ‘Refúgio de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José’. Desde então, esforços complementares de levantamento de espécies de libélulas foram realizados na região, alcançando a marca de 128 espécies.

O Instituto Terra Brasilis participou ativamente da proposta de criação dessa unidade de conservação, que tem como principais objetivos a proteção dos importantes mananciais hídricos da Serra de São José e sua biodiversidade.

A Serra de São José está entre as áreas mais ricas em libélulas já inventariadas no Brasil e no mundo, apesar de seu tamanho relativamente pequeno: 3.720 hectares. O motivo dessa elevada riqueza, acreditam os autores do trabalho, é a variedade de habitats úmidos que a Serra abriga.

Localizada em uma área de contato entre o Cerrado e a Mata Atlântica, e com a presença de formações de campos rupestres em áreas que alcançam mais de 1.400 m de altitude, o Refúgio abriga uma grande variedade de ambientes úmidos – como brejos, córregos, rios, lagoas marginais e açudes, em diferentes contextos ambientais. Em uma das áreas de mata mais conservadas da Serra, onde fica a nascente do chafariz da cidade de Tiradentes, os pesquisadores descobriram ainda uma espécie de libélula nova para a ciência, que, em homenagem à cidade, recebeu o nome de Heteragrion tiradentense.

O Refúgio de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José foi a primeira unidade de conservação criada para a proteção de libélulas no Brasil. Refúgios como esse são populares no Japão, onde as libélulas tem um importante significado cultural, mas são ainda raros em todo o mundo – na Europa há refúgios para libélulas criados na Escócia, Holanda e Finlândia.

Além de participar da criação do Refúgio, o Instituto Terra Brasilis também trabalhou na criação e implantação de dois centros de visitação permanente: a Casa das Águas, em Tiradentes (Águas Santas), onde é apresentada a geodiversidade da Serra de São José, sua formação, testemunhos de sua história geológica e seus recursos minerais – comopor exemplo a sua fonte de água mineral, e a Casa da Serra, em Prados (Pinheiro Chagas), que tem como grande destaque a fauna de libélulas, além dos temas relacionados ao meio físico, a biodiversidade e aos biomas ali representados. As mostras exploraram aspectos gerais da paisagem natural do refúgio e enfatizam a relação das libélulas com os seus habitats: as libélulas são consideradas importantes indicadoras da saúde dos ecossistemas aquáticos, como córregos, rios, lagoas e açudes.

Foto de capa: Libélula – Marcos Magalhães

Referência:

Bedê, L.C.; Machado, A.B.M.; Piper, W. & de Souza, M.M. 2015. Odonata of the Serra de São José – Brazil’s first Wildlife Reserve aimed at the conservation of dragonflies
Notulae odonatologicae 8(5): 117-127.

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Instituto Terra Brasilis lança Campanha Decisão Consciente

A ação é voltada para profissionais dos setores público e privado, que participam de decisões referentes a atividades impactantes ao meio ambiente

O Instituto Terra Brasilis, como parte do projeto Pato Aqui, Água Acolá, patrocinado pela Petrobras, lança a campanha Decisão Consciente, que busca sensibilizar profissionais de instituições responsáveis por licenciamentos ambientais, por autorizações de obras, do setor turístico ou de qualquer outra atividade potencialmente impactante ao meio ambiente, que possam ameaçar a boa qualidade da água, e consequentemente o hábitat do pato-mergulhão, uma das dez aves aquáticas mais ameaçadas de extinção no mundo. Com foco na Serra da Canastra, a ação contará com palestras e reuniões, além da distribuição de materiais informativos, de um vídeo sobre o pato-mergulhão e ações que são desenvolvidas para sua conservação e um DVD com uma seleção das principais leis ambientais brasileiras.

Segundo a presidente do Instituto Terra Brasilis, Sônia Rigueira, a campanha é voltada para empresários, políticos, conselhos de meio ambiente, bem como outros setores da economia, como o de Turismo, que de alguma forma, possam participar ou desenvolver atividades que impactem o meio ambiente. A maior ameaça ao pato-mergulhão é proveniente da destruição de seu hábitat, que são rios de águas limpas, com corredeiras e vegetação em suas margens, por isso é fundamental que estes tomadores de decisão, dos mais variadas setores, estejam bem informados quanto à espécie e as principais ameaças à sua conservação.

“O pato-mergulhão é uma ave aquática rara, ameaçada de extinção e que tem na Serra da Canastra um dos últimos refúgios no planeta. Por ser muito sensível à degradação do meio em que vive, a alteração de seu habitat pode fazer com que a espécie desapareça para sempre”, explica Sônia.

Programa Pato-Mergulhão
Desde 2001, o Instituto Terra Brasilis desenvolve inúmeras ações para garantir a conservação da espécie na região, baseadas em três eixos:
• Pesquisa científica e monitoramento – cujo objetivo é conhecer melhor a biologia da espécie, bem como suas áreas de ocorrência, aspectos comportamentais, reprodutivos, dentre outros, que possam subsidiar ações de manejo e conservação.
• Educação ambiental e comunicação – diversas ações são desenvolvidas para públicos diferentes (escolar, produtores rurais e setor turístico, entre outros), apresentando temas relacionados à manutenção do ecossistema, em especial os recursos hídricos, fundamental para a sobrevivência do pato-mergulhão e para a melhoria da qualidade de vida da população em geral.
• Sustentabilidade rural - com o objetivo minimizar as ameaças à sobrevivência da espécie, impactada diretamente pelo assoreamento de rios e poluição, são desenvolvidas ações que promovem melhores práticas de uso da terra pelo produtor rural, como cercamento de nascentes e áreas ciliares, e a adequação ambiental de uma propriedade rural.

Seminário Internacional de Gestão de Áreas Protegidas na Amazônia - SIGAP 

 
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) realiza o Seminário Internacional de Gestão de Áreas Protegidas da Amazônia(SIGAP). O evento acontecerá nos dias 21 e 22 de maio, em Manaus/AM.

O seminário pretende promover um espaço de intercâmbio regional internacional que possibilite uma reflexão sobre as praticas de gestão em andamento na Bacia Amazônica, além de oferecer espaço para troca de experiências entre órgãos gestores de áreas protegidas da Amazônia, divulgação e reflexão sobre lições aprendidas, incluindo as soluções para enfrentar os desafios dos conflitos de acesso e uso dos recursos, as pressões humanas sobre a floresta, e o reconhecimento e garantia dos direitos das populações tradicionais.

Para maiores informações sobre o congresso, acesse o site: http://sigap-2015.weebly.com/